sábado, 31 de julho de 2010

Electric President - The Violent Blue (2010)

Se existem mesmo divergencias entre a música do futuro e tudo o que conhecemos hoje, certamente o dueto americano "Electric President", está bem próximo de conduzir esse novo eixo. As evidenntes experiências sonoras envolvendo distorções malucas e percuções inovadoras, mostram situar-se muito bem por sobre os marotos samplers, que permutam um eletrônico e agradável contato aos nossos ouvidos.

Em "Violent Blue", Ben Cooper e Alex Kane mais uma vez inovam. Mais melódicos do que nunca, o principio de leveza do álbum contrasta-se com canções extremamentes felizes e motivadoras, apesar do ar até certo ponto sombrio que envolve visualmente o disco. Espantosamente, a faixa que dá título, tem em sua fase inicial parte dessa mistica face, densa e misteriosa, mas a segunda metade da canção traz-nos o poder de voar.

E quero mesmo descobrir o sujeito que ouvir "Safe And Sound" e não se deixar levar pela energia branca que a faixa transmite. A batida deixada pela faixa anterior insiste em invadir nossos ouvidos, que ficam mais intensos ainda quando os acordes lineares entram em trabalho. E o refrão... mágico.

Um trabalho como esse não se vê em qualquer esquina, definitivamente. Um som completamente diferente, inovador e livre das etiquetias musicais que tanto fazem do som um comercio. Electric President merece ser apreciado com outros olhos e principalmente outros ouvidos.

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O álbum:

  1. "The Ocean Floor" - 5:03
  2. "Mr. Gone" - 3:05
  3. "Safe And Sound" - 4:07
  4. "Feathers" - 3:23
  5. "Nightmare No. 5 or 6" - 5:47
  6. "The Violent Blue" - 4:14
  7. "Circles" - 4:12
  8. "Elegant Disasters" - 4:30
  9. "Eat Shit and Die" - 3:09
  10. "All the Distant Ships" - 8:38
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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pública - Como num filme sem um fim (2009)

Por muitos anos, eu vi o Rock nacional produzir muito pouco. Nos mais recentes então, quase não vi nada realmente bom, a ponto de situar entre as listas mais memoráveis. Mas os gaúchos da Pública surgiram para que eu  felizmente e finalmente pudesse me contradizer no quesito "qualidade no Brasil".

Com um som místico e harmonias complexas, "Como num filme sem um fim", segundo álbum do quinteto, apresenta-nos características pra lá de alternativas, lembrando-nos sempre o tradicional Indie Britânico, mas claro, com toques absolutamente próprios e originais.

"O quarto das armas", abertura do disco, faz de forma minusciosa e até metafísica, uma sutil crítica por sobre o conceito do "mais do mesmo". Seu riff inicial já sobrepõe a temática misteriosa e em partes sua letra compõe-se com um ar meio infantil - traços esses marcantes e existentes ao longo de todo o disco.

Destaco também "Sessão da Tarde", com seus arranjos fundamentais e sua letra fantástica. Essa união harmoniosa faz-nos emocionar a alma, posto que tal obra quase que estimula-nos o dom de querer sonhar.

E, mais do que lendária, "Luzes"  fecha um álbum para ser memorável. Mais uma vez de forma filosófica, a letra vem a transmitir um intra-pessoal inteligentíssimo, numa melodia fenomenal. Todos os pouco mais de 6 minutos da faixa são encantadores, viciantes e empolgantes, mesmo que passando por interlúdios pouco menos impactantes, muito embora densos em equivalência. Fabulosa faixa!

Você, leitor, pode esperar o máximo da Pública, um quinteto com excelentes profissionais da música, em todo e qualquer sentido em que se busca analisar.

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O Álbum:

1. O Quarto das Armas - 4:03
2. 1996 - 3:26
3. Canção do Exílio - 4:46
4. Casa Abandonada - 3:23
5. Vozes - 2:29
6. Sessão da Tarde - 3:26
7. Há 10 Anos ou Mais - 3:12
8. Como Num Filme Sem Um Fim - 3:57
9. Último Andar - 4:24
10. O Justiceiro - 4:13
11. Luzes - 6:45
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senha (e créditos): britpoint

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Anathema - We're Here Because We're Here (2010)


O Doom Metal, gênero muito cultuado no início dos anos 90, progrediu. Costumo chamar essa progressão de Katatonia,  Paradise Lost e, o mais brilhante deles: Anathema. Com o mais soberano de seus álbuns, lançado recentemente, o "We're Here Because We're Here", os britânicos do Anathema voltam a soltar suas quase que catatônicas garras progressivas - e ponha progressivo nisso!

"Thin Air" abre o disco com um dedilhado nitidamente simples, mas há uma progressão logo por ali: o bumbo vem chamando o vocal e as violentas caixas ufam postam-se daí em diante, durante toda a faixa, em uma velocidade sistemática muito agradável.

Muito embora as rajadas monumentais das faixas iniciais sejam explosivas, é incrível encarar à ouvidos todos os delicados brakedowns de cada faixa do álbum. O mais fantástico de toda essa progressividade, é a justamente junção entre o peso das guitarras sempre presentes, com os interlúdios surdinos, às vezes até que bem marcantes, como em "Dreaming Light" e seu delicado e magistral piano introdutório. Mas ouça a faixa até o final: ela progride.

E uma das mais brilhantes progressões de toda a história da banda está no encerramento: Hingsight nos remete há um memorável post-rock, numa fantasia estonteante. E não pense em uma banda progressiva tentando tocar um post-rock: pense em um post de gente grande! Digno de Mogwai, com pitadas de Explosions In The Sky, mas com a indispensável face do Anathema.

Sempre brilhantes e dessa vez mais brilhantes do que nunca, o Anathema, com seu rock progressivo, progrediu do Doom Metal, aos céus.

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O Álbum:
  1. "Thin Air" – 5:59
  2. "Summernight Horizon" – 4:12
  3. "Dreaming Light" – 5:47
  4. "Everything" – 5:05
  5. "Angels Walk Among Us" – 5:17
  6. "Presence" – 2:58
  7. "A Simple Mistake" – 8:14
  8. "Get Off Get Out" – 5:01
  9. "Universal" – 7:19
  10. "Hindsight" – 8:10

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